UM DESEJO ARDENTE

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segunda-feira, 12 de maio de 2014

APÓCRIFOS E CURIOSIDADES



APÓCRIFOS

Etimologicamente, o termo “apócrifo” significa: “oculto”, “escondido”. É usado para designar os 14 ou 15 livros, ou partes de livros que, em algum tempo, foram colocados entre os livros do Velho e do Novo Testamento. Eles aparecem anexados nas versões Septuaginta e Vulgata Latina.
O vocábulo tem sido empregado de forma diferente por católicos e protestantes:
Para os protestantes “apócrifo” designa o conjunto de livros ou porções de livros que não fazia parte do cânon (lista de livros inspirados) hebraico;
Para os católicos “Apócrifo” se refere aos livros que os estudiosos protestantes chamam de pseudo-epígrafos.
Os livros que os protestantes chamam de “apócrifos”, os católicos chamam de “Deutero- canônicos”.
Para os protestantes, os livros apócrifos não foram inspirados por Deus. São importantes fontes documentais para o conhecimento da história, cultura e religião dos Judeus. Também muito úteis para nossa compreensão dos acontecimentos intertestamentários (entre o Velho e o Novo Testamento). Mas não para estarem lado a lado com a literatura canônica (inspirada por Deus), pois ao compararmos uma literatura com a outra, logo percebemos profunda e radical diferença no estilo, na autoridade e até nos ensinamentos.
A igreja Católica só se lembrou de incluí-los no Cânon (lista de livros inspirados por Deus) em 15 de abril de 1546, no Concílio de Trento, impondo-os aos seus fiés como livros inspirados. Quem não aceitasse a decisão da igreja, seria por ela amaldiçoado.

Por que rejeitamos os apócrifos?
Se a mente divina inspirou a cada escritor, o produto destes diferentes autores deve estar em harmonia entre si.
Portanto, os primeiros livros se constituem o critério para todos os demais livros que se consideram ou são chamados de inspirados. Mas os livros conhecidos como apócrifos:
1. Não se harmonizam em ensino e doutrina com Moisés e outros profetas canônicos;
2. Nem Jesus, nem os apóstolos citaram os livros apócrifos como fonte de autoridade.
Por que então, a Igreja Católica continua apegada aos livros apócrifos? Porque as doutrinas fictícias dos apócrifos confirmam falsos ensinos da igreja, como por exemplo: oração pelos santos, falsas curas, dar esmolas para libertar da morte e do pecado, e salvação pelas obras.

Eis alguns ensinos de apócrifos:

1. Ensino da Arte Mágica – Tobias 6:5-8. Refutação bíblica: Marcos 16:17; Atos 16:18

2. Dar Esmolas Purifica do Pecado – Tobias 12: 8 e 9; Eclesiático 3:33. Refutação bíblica: 1 Pedro 1:18 e 19; Judas 24

3. Pecados Perdoados pela Oração – Eclesiástico 3:4. Refutação bíblica: Prov. 28:1; 1 João 1:9; 2: 1e2.

4. Orações pelos Mortos – 2 Macabeus 12: 42-46. Refutação bíblica: Atos 2:34; Isaías 38:18; Lucas 16:26; Isaías 8:20.

5. Ensino do Purgatório – Sabedoria 3:1-4 (imortalidade da alma). Refutação bíblica: 1 João 1:7

6. O Anjo Relata uma Falsidade – Tobias 5: 1-19. Refutação bíblica: Lucas 1:19

7. Uma Mulher Jejuando toda Sua Vida – Judith 8: 5 e 6.
Esta é uma história parecida com outras lendas católicas com respeito a seus santos canonizados. Uma mulher dificilmente jejuaria por toda sua vida. Jesus, mesmo sendo divino-humano, jejuou 40 dias, não pela vida toda.

8. Simeão e Levi mataram os habitantes de Siqueia por ordem de Deus – Judite 9:2
Refutação bíblica: Deus não tinha nada a ver com isto: Gênesis 34:30; 49: 5-7; Romanos 12: 19, 17

9. A Imaculada Conceição – Sabedoria 8:19 e 20. Este texto é usado pelos católicos para sustentar a doutrina de que Maria nascera sem pecados. Refutação bíblica: Lucas 1: 30-35; Salmo 51:5; Romanos 3:23.

10. Ensinos da Crueldade e do Egoísmo – Eclesiástico 12:6. Refutação bíblica: Provérbios 25:21,22; Romanos 12:20; João 6:5; Marcos 6:44-48.
Há muitos outros ensinamentos errados, mas, creio serem estes suficientes para aceitarmos que tais livros devem realmente ficar fora da lista de livros inspirados.

Apócrifos do Antigo Testamento

1) O 1º Livro de Esdras;
2) O 2º Livro de Esdras;
(Na versão Vulgata: O Esdra Canônico é chamado de 1º Esdras e Neemias de 2º Esdras; enquanto o 1º Livro de Esdras apócrifo é chamado de 3º Esdras).
3) Tobias;
4) Judite;
5) Adições ao Livro de Ester;
6) A Sabedoria de Salomão;
7) A Sabedoria de Jesus o filho de Sisaque, ou Eclesiástico;
8) Baruque;
9) A Carta de Jeremias;
10) A oração de Azarias e o Canto das Três Jovens;
11) Susana;
12) Bel e o Dragão;
13) A oração de Manasses;
14) O 1º Livro de Macabeus;
15) O 2º Livro de Macabeus;

Apócrifos Deutero-canônicos

1) Tobias;
2) Judite;
3) Adições ao Livro de Éster (10:4 – 16:22);
4) Sabedoria;
5) Eclesiástico;
6) Baruque;
7) Susana (Daniel 13);
8) Bel e o Dragão (Daniel 14);
9) 1º Macabeus;
10) 2º Macabeus;

Apócrifos do Antigo Testamento
Os apócrifos do Antigo Testamento podem ser facilmente identificados comparando os livros das Bíblias utilizadas pela maioria das “Sociedades Bíblicas” com uma Bíblia Católica.
Na comparação abaixo, os livros sublinhados constituem os apócrifos (chamados de Deutero-canônicos pelos Católicos). Aqueles não sublinhados são aceitos como canônicos por protestantes e Católicos.
Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levíticos, Números e Deuteronômio;
Históricos: Josué, Juízes, Rute, 1 Samuel, 2 Samuel, 1 Reis, 2 Reis, 1 Crônicas, 2 Crônicas, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester (com acréscimos), 1 Macabeus, 2 Macabeus.
Sapienciais: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Sabedoria, Eclesiástico.
Proféticos: Isaías, Jeremias, Lamentações, Baruque, Ezequiel, Daniel (com acréscimo), Oséias, Joel, Amós, Abdias (Obadias), Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias.

Total: 46 Livros

39 Canônicos
+7 Deutero-canônicos ( = aqueles sublinhados)

Apócrifos do Novo Testamento
Os apócrifos do Novo Testamento não oferecem problema porque são rejeitados por todas as igrejas cristãs. E não podia ser diferente. Observe o ensino, como por exemplo, do evangelho de São Tomé:
“Jesus atravessava uma aldeia e um menino que passava correndo, esbarra-lhe no ombro. Jesus irritado, disse: Não continuarás tua carreia. Imediatamente o menino caiu morto. Seus pais correram a falar com José, este repreende a Jesus que castiga os reclamantes com terrível cegueira”.
Tal relato não é compatível com a sublimidade dos ensinos de Cristo e é suficiente para provar que este evangelho é espúrio. “Trouxeram-lhe, então, algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos e orasse; mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus. E, tendo-lhes imposto as mãos, retirou-se dali.” Mateus 19:13-15.

Lista dos Apócrifos do Novo Testamento

1) Evangelhos: Evangelho Segundo Hebreus, Evangelho dos Egípcios; Evangelhos dos Ebionitas; Evangelho de Pedro; Protoevangelho de Tiago, Evangelho de Tomé; Evangelho de Filipe, Evangelho de Gamaliel; Evangelho da Verdade.

2) Epístolas: Epístola de Clemente; as 7 Espístolas de Inácio; aos Efésios, aos Magnésios, aos Trálios, aos Romanos, aos Filadélfios, aos Esmirnenses e a Policarpo; a Epístola de Policarpo aos Filipenses; Epístola de Barnabé.

3) Atos: Atos de Paulo, Atos de Pedro, Atos de João, Atos de André, Atos de Tomé.

4) Apocalipses: Apocalipse de Pedro, o Pastor de Hermas, Apocalipse de Paulo, Apocalipse de Tomé; Apocalipse de Estêvão.

5) Manuais de Instrução: Didaquê ou Ensino dos 12 Apóstolos, 2 de Clemente. Pregação de Pedro.

Total: 34 livros – são mais do que os Canônicos do Novo Testamento (que somam 27).
Muitos destes livros disputaram um lugar junto ao Cânon Bíblico, mas graças a Deus, foram rejeitados pela Igreja Cristã, assessorada pelo Espírito Santo. Se estes livros pertencessem à lista de livros inspirados por Deus, certamente manchariam a beleza da sã e pura Palavra de Deus.
Devemos, portanto, nos apegar apenas aos 66 livros como dignos de confiança em termos da revelação de Deus ao homem. Nestes livros, 39 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento, temos toda a revelação necessária para a salvação do homem. A Sociedade Bíblica do Brasil – com razão – adota estes 66 livros como padrão para as Bíblias que produz.

Fonte: Esse material foi extraído de uma apostila do professor Jorge Mário, que na época lecionava no Seminário Adventista Latino-americano de Teologia no Centro Universitário Adventista, Artur Nogueira, SP.

Equipe Biblia Online
http://biblia.com.br/perguntas-biblicas/biblia/o-que-sao-e-porque-os-livros-apocrifos-nao-estao-em-todas-as-bibliascd/

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

O ALCOOLISMO É UMA DOENÇA E NÃO TEM CURA

O alcoolismo é uma doença incurável, de determinação fatal e progressiva até mesmo em períodos de abstinência, entretanto, existem tratamentos para interromper o crescimento da doença, como veremos a seguir.
Tratamentos psicossociais: As psicoterapias descritas mais adiante têm sido usadas no tratamento dos transtornos causados pelo uso do álcool. Vários autores fizeram revisões da eficácia das várias psicoterapias para tais transtornos. Este tópico faz revisões dos resultados na literatura sobre terapias comportamentais cognitivas, terapias comportamentais, terapias psicodinâmicas/interpessoais, intervenções breves, terapia conjugal e familiar, terapia de grupo, aftercare e grupos de auto-ajuda. 
Terapias comportamentais cognitivas: Existem muitas evidências de que os tratamentos comportamentais cognitivos que objetivam a melhora do autocontrole e das habilidades sociais levam consistentemente à redução do alcoolismo. Estratégias de autocontrole incluem estabelecimento de metas, automonitorização, análise funcional dos antecedentes do alcoolismo e possibilidades de aprendizagem de alternativas para enfrentamento de situações conflitivas. O treinamento das capacidades sociais concentra-se em desenvolver habilidades para formar e manter relações interpessoais mais estáveis, positividade e recusa para aceitar bebidas. Holder et al. relataram que as intervenções comportamentais para tratamento do estresse foram efetivas em seis dos dez estudos revistos. Monti et al. descobriram que pacientes internados que receberam tratamento de exposição a insinuações pareado a treinamento das habilidades de enfrentamento tiveram melhores resultados que aqueles que receberam somente tratamento padronizado quando internados. Intervenções em terapia cognitiva concentradas em identificar e modificar pensamentos mal-adaptativos e que não incluam um componente comportamental não têm sido tão efetivas quanto os tratamentos comportamentais cognitivos. 
O treinamento do autocontrole consiste em estratégias cognitivas e comportamentais, inclusive automonitorização, estabelecimento de metas, recompensas para obtenção de metas, análise funcional de situações propícias para beber e aprendizagem das habilidades alternativas para enfrentamento do problema com bebidas. Embora alguns estudos de treinamento de autocontrole comportamental tenham incluído alcoolismo controlado, bem como abstinência, como objetivo do tratamento, as técnicas comportamentais de autocontrole devem ser utilizadas com o objetivo explícito a longo prazo de abstinência. 
Em vários estudos, o aumento das respostas de enfrentamento ou "auto-eficácia" ao final do tratamento predisseram melhores resultados com a bebida durante o acompanhamento. Os indivíduos que relatam uso mais freqüente de estratégias cognitivas ou comportamentais com intuito de resolver ou dominar o problema ("enfrentamento por aproximação") tipicamente têm melhores resultados que aqueles que dependem de ficar distantes das situações de alto risco ("enfrentamento por evitar"). 
Terapias comportamentais A terapia comportamental individual e a conjugal têm demonstrado efetividade para pacientes com transtornos causados pelo uso do álcool. A abordagem mais estudada do tratamento de pacientes com transtornos causados pelo uso do álcool é a abordagem do reforço da comunidade, que utiliza princípios comportamentais e, geralmente, inclui terapia conjunta, treinamento para encontrar trabalho, aconselhamento enfocado em atividades sociais e recreacionais livres de álcool, monitorização do dissulfiram e clube social livre de álcool. Usando designação aleatória para reforço da comunidade ou tratamentos hospitalares padronizados, Azrin observou que os pacientes no grupo de reforço da comunidade bebiam menos, passavam menos dias longe de casa, trabalhavam mais dias e eram menos institucionalizados durante um acompanhamento de 24 meses. Um segundo estudo controlado comparando a) a abordagem de reforço da comunidade, b) dissulfiram mais um programa comportamental de fidelidade ao tratamento e c) tratamento ambulatorial regular mostrou que os pacientes tratados com reforço da comunidade saíram-se substancialmente melhor em todas as medidas de resultados que aqueles nas outras condições de tratamento. 
Terapias psicodinâmicas/interpessoais Holder et al. concluíram que houve poucas evidências empíricas de estudos controlados de que a psicoterapia orientada pelo insight ou aconselhamento são tratamentos efetivos para o alcoolismo. A psicoterapia individual produziu melhores resultados que uma condição de controle em dois dos oito estudos revistos, e a terapia de grupo orientada psicodinamicamente produziu melhores resultados em dois de onze estudos. Abordagens genéricas de aconselhamento (caracterizadas como primariamente diretivas e de apoio) produziram melhores resultados que os controles em um de oito estudos revistos. Estudos existentes sobre essa modalidade podem ser limitados por suas abordagens a curto prazo. 
Intervenções breves As intervenções breves, em geral, são oferecidas por uma a três sessões e incluem uma avaliação abreviada da gravidade do alcoolismo e de problemas relacionados e fornecimento de feedback motivacional, além de aconselhamento. Em oito das nove experiências de tratamento controladas revistas por Holder et al., as intervenções breves demonstraram ser efetivas, embora Chick et al. relatassem resultados negativos. Revisões de Babor e Bien et al. concluíram que intervenções breves: a) são tipicamente mais efetivas (em termos de uso do álcool, saúde geral ou funcionamento social); b) muitas vezes têm eficácia comparável à de programas tradicionais mais intensos e a mais longo prazo; c) aumentam a efetividade do tratamento posterior. Mesmo as intervenções que sejam muito breves (isto é, de algumas horas) podem ter algum efeito positivo. Intervenções breves são utilizadas tipicamente (e têm mais sucesso) para pacientes afetados menos gravemente e que não tenham recebido tratamento anterior para um transtorno com o álcool. São necessárias mais pesquisas para determinar quais pacientes são otimamente servidos pelo recebimento de uma intervenção breve. 
Terapia conjugal e familiar O estado do relacionamento do paciente com familiares ou outras pessoas igualmente significativas pode ser fator crítico no ambiente pós-tratamento para pacientes que sejam casados ou que vivam com a família. O’Farrell et al. contrastaram a terapia conjugal comportamental e a terapia conjugal interacional com um grupo-controle sem tratamento. Ambos os grupos de tratamento mostraram melhor evolução no ajuste conjugal, e os grupos de terapia conjugal mostraram maior grau de sobriedade no decorrer de um período de acompanhamento a curto prazo. Dois outros estudos mostraram que os pacientes que receberam terapia conjugal comportamental começaram a ter melhores resultados com relação ao alcoolismo que aqueles que não a tiveram após um ano de acompanhamento. Estudos também indicaram que o envolvimento do cônjuge no tratamento leva à melhora dos resultados conjugais e do uso do álcool precocemente no período pós-tratamento, que os pacientes em terapia conjunta têm menor probabilidade de abandonar o tratamento, e que a terapia com o intuito de melhorar o casamento como um todo parece funcionar melhor que a terapia de casais concentrada rigidamente nos problemas relacionados ao álcool (terapia com envolvimento mínimo do cônjuge ou apenas concentrado no álcool).