UM DESEJO ARDENTE

UM DESEJO ARDENTE

terça-feira, 24 de agosto de 2010

EXISTEM EVIDÊNCIAS DA EVOLUÇÃO?

Marcia Oliveira de Paula, Ph.D.

Se abrirmos qualquer livro de Biologia do 2o grau vamos nos deparar com um capítulo denominado “Evidências da evolução”. Será que existem mesmo evidências da evolução? Vamos analisar algumas dessas evidências e verificar se elas são mesmo válidas.

ANATOMIA COMPARADA

As semelhanças na anatomia são consideradas como uma das evidências da evolução. Por exemplo, ao compararmos a asa de uma ave, a nadadeira anterior de um golfinho e o braço de um homem, veremos que, embora elas sejam muito diferentes, possuem estrutura óssea e muscular bastante parecidas. Os evolucionistas interpretam estas semelhanças admitindo que estes seres tiveram ancestrais em comum, dos quais herdaram um plano básico de estrutura corporal. Os criacionistas, por outro lado, interpretam as mesmas semelhanças como evidências de planejamento e desígnio criativos. Um engenheiro que planejasse diferentes tipos de máquinas não começaria de um rascunho para cada uma das máquinas. Os dados indicam que um Criador inteligente projetou o sistema de membros para os vertebrados. Ele desenvolveu um plano geral flexível que poderia se adaptar a cada uma das necessidades. O evolucionista precisa supor que todas essas características se desenvolveram por mutações casuais e seleção natural. Os criacionistas explicam-nas como estruturas que receberam do Criador funções especiais para objetivos específicos, de forma que quando objetivos semelhantes estavam em vista, estruturas semelhantes foram criadas.

EMBRIOLOGIA COMPARADA

Se compararmos os embriões de determinados grupos de animais, veremos que existem semelhanças entre eles, e essas semelhanças são ainda maiores que as encontradas nas formas adultas.

Mesmo antes da época de Darwin, os evolucionistas alegavam que as semelhanças no desenvolvimento embrionário indicavam uma descendência comum. Os livros modernos ainda mostram esboços de embriões de animais como aves, répteis e mamíferos, juntamente com os do homem, mostrando importantes semelhanças entre eles e atribuindo essas semelhanças à existência de um ancestral comum.

O conhecido chavão evolucionista “a ontogenia recapitula a filogenia” é uma definição popular da “teoria da recapitulação” ou “lei biogenética” de Haeckel. Ela afirma que cada organismo em seu desenvolvimento embrionário (ontogenia), tende a recapitular os estágios por que passaram seus antepassados (filogenia). No caso do homem, por exemplo, ensinava-se que o embrião humano começou a vida como um protozoário marinho, desenvolveu-se em um ambiente aquático até se tornar um verme com um coração tubular, depois até ser um peixe com brânquias e um coração com duas câmaras, depois até ser um anfíbio com um coração com três câmaras e um rim mesonéfrico, e depois até ser um mamífero com um coração de quatro câmaras, rim metanéfrico e uma cauda, e finalmente até ser um ser humano. Desta forma, o embrião humano reteria “vestígios” de sua evolução anterior, recapitulando as sua fases principais.

O mais famoso desses paralelos foi sem dúvida foi o suposto desenvolvimento de brânquias no estágio “de peixe” do crescimento do embrião humano. Esta suposta recapitulação era inteiramente superficial; o embrião humano nunca desenvolve brânquias nem nada parecido com elas , e portanto nunca é um peixe. Na verdade, tanto o homem como todos os cordados desenvolvem fendas faringeais com bolsas faringeais. Nos peixes elas mais tarde se transformam nas brânquias. No ser humano, elas se transformam nos tubos eustaquianos, nas glândulas paratireóides e no timo. Enquanto estão se desenvolvendo, servem como guias essenciais para o desenvolvimento de vasos sangüíneos, e desta forma não são, de forma alguma, vestígios inúteis.

A crença de Haeckel de que cada estágio embrionário representa o estágio adulto de um de seus ancestrais é considerada completamente errada pelos embriologistas modernos. Atualmente os evolucionistas aceitam que os padrões de desenvolvimento embrionário em um grupo de animais próximos podem conter aspectos que refletem seu passado, mas muitas inovações se superpõem e freqüentemente obscurecem o padrão ancestral. Assim, não existe uma recapitulação precisa. É surpreendente que alguns evolucionistas proeminentes continuem a referir-se a esta idéia como evidência da evolução. Porém, os que tem conhecimentos atualizados, tanto em embriologia quanto em paleontologia, não o fazem.

Se para o evolucionista as semelhanças em embriologia são evidências de uma descendência comum, para os criacionistas elas evidenciam apenas o planejamento comum de um Criador. Dado o pressuposto da criação, como os cordados (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos) tinham o desígnio de reproduzir a sua espécie pelo mesmo tipo de processo reprodutivo, seria de se esperar que o desenvolvimento fosse semelhante em todos esses animais.

O animal embrionário começa a sua existência com uma união de duas células (gametas), e após essa união ocorre uma multiplicação de células que precisa operar-se durante algum tempo no mesmo tipo de meio ambiente. Além disso, muitas das estruturas que devem ser desenvolvidas de alguma forma precisam ser semelhantes (membros, cabeça, etc.). Considerando-se isso, seria natural que os embriões em desenvolvimento parecessem muito semelhantes nos estágios iniciais de seu desenvolvimento.

Nesse período entretanto, à medida em que se torna necessário que caracteres especializados correspondentes à espécie progenitora comecem a se formar, essas semelhanças superficiais dão lugar às características embrionárias distintas e apropriadas. Na verdade, essas importantes diferenças se mostram em estágio bem inicial do desenvolvimento embrionário.

Existem também, mesmo nos estágios iniciais, diferenças entre os embriões que são tão importantes como as semelhanças. O DNA de uma ave é bastante diferente do DNA de um réptil. O material genético distinto, programado para cada espécie de animal, assegura que apenas aquela espécie se desenvolva a partir daquele embrião.

(Veja restante da matéria em http://origins.swau.edu/papers/evol/marcia2/indexp.html