UM DESEJO ARDENTE

UM DESEJO ARDENTE

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

NÃO VOS ASSOCIEIS COM AQUELE QUE, DIZENDO-SE IRMÃO, FOR DEVASSO...

Paulo agora aborda outros problemas na assembléia coríntia. O pecado estava presente no meio deles. Esta é a advertência a todas as gerações.
Como o Dr. Bruce Marino destaca: “Uma igreja sem mancha ou ruga não será uma realidade até que Jesus volte (Ef 5.27; Ap 21.27)”.
Um deles estava abertamente coabitando com a mulher de seu pai. A igreja, ao invés de discipliná-lo, orgulhava-se de sua tolerância em acobertar tal pessoa. Esta passagem é uma ordem direta de Paulo “para que seja o tal entregue a Satanás”, isto é, que seja, formalmente, posto fora da comunhão da igreja.
Por duas razões: uma, para servir de exemplo e evitar que essa prática se generalize na igreja; outra, a esperança de levar a parte culpada a arrepender-se. Paulo ficou pasmado e horrorizado, porque a igreja estava tolerando semelhante imoralidade em seu meio. Ele sabe que isso é ainda mais grave do que a própria transgressão do indivíduo.
Esse tipo de pecado não pode ser tolerado na igreja porque afeta outras pessoas. Temos uma responsabilidade para com os outros crentes. Pecados ostensivos não corrigidos confundem e dividem a congregação.
Embora os crentes devam encorajar, orar e apoiar uns aos outros, devem também ser intolerantes em relação aos pecados que colocam em risco a saúde espiritual da Igreja.
Paulo declara que a igreja, sendo um povo santo, não deve permitir nem tolerar a imoralidade entre seus membros. Cita três razões por que a igreja deve disciplinar um membro culpado:
· 1. Para o bem do culpado. A disciplina pode desapertá-lo para ver a tragédia do seu pecado e sua necessidade de perdão e restauração.
· 2. Por amor à pureza da Igreja. Tolerar a iniqüidade numa igreja é rebaixar paulatinamente o padrão moral de todos.
· 3. para o bem do mundo. A igreja não poderá ganhar homens e mulheres para Cristo, se ela mesma for semelhante ao mundo.
Paulo ordena que se alimpem do fermento velho Para serem o povo santo que eles são em Cristo, Paulo exige primeiro que reconheçam que a sua jactância não é boa. (Jactância – Ostentação, arrogância, vanglória).Paulo quis dizer que a ostentação de liberdade e tolerância (a qual eles provavelmente consideravam tolerância amorosa) não era nem moralmente boa nem agradável a Deus, porque mostrava uma atitude de orgulho e convencimento.
Na bíblia “fermento” é símbolo do erro que permeia o povo e corrompe a verdade, a retidão e a vida espiritual. – Paulo neste versículo, compara o fermento ao processo pelo qual o pecado e a iniqüidade paulatinamente se propagam numa comunidade cristã, corrompendo assim a muitos.
Qualquer igreja que não tomar medidas severas contra a imoralidade sexual entre seus membros descobrirá que a influência maligna desse mal se alastrará pela congregação e contaminará a muitos.
O pecado deve ser rigorosamente removido; doutra forma, no decurso do tempo, a totalidade da comunidade cristã se corromperá e o Espírito Santo não terá lugar nessa igreja.
Não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for...v. 11
· DEVASSO – libertino, licencioso, é a pessoa seguir suas próprias paixões e maus desejos a ponto de perder a vergonha e a decência, é uma aselgeia (grego)
· AVARENTO - avaro para o lucro, cobiçoso, sempre querendo mais – mensalão, mensalinho - apego demasiado e sórdido ao dinheiro, isto é, idolatria – Cl 3.5 – Predominava entre os judeus daqueles tempos a idéia de que as riquezas eram um sinal do favor especial de Deus, e que a pobreza era um sinal de falta de fé e do desagrado de Deus.
Os fariseus, por exemplo, adotavam essa crença e escarneciam de Jesus por causa da sua pobreza.
Essa idéia falsa é firmemente repelida por Cristo.
A bíblia identifica a busca insaciável e avarenta pelas riquezas como idolatria, a qual é demoníaca (I Co 10.19,20; Cl 3.5)Ex 18.21/Lc 12.15/Rm 1.29/Hb 13.5/2Pe 2.3/2Pe 2.14
· IDÓLATRA – que pratica a idolatria, isto é, a adoração de espíritos, pessoas ou ídolos, e também a confiança numa pessoa, instituição ou objeto como se tivesse autoridade igual ou maior que Deus e sua Palavra. I Co. 10:14 adoração cega de algo que não se deve adorar.
Por que a idolatria era tão fascinante aos israelitas?
Há vários fatores implícitos.
1)- As nações pagãs que circundavam Israel criam que a adoração a vários deuses era superior à adoração a um único Deus. Noutras palavras: quanto mais deuses, melhor. O povo de Deus sofria influência dessas nações e constantemente as imitava, ao invés de obedecer ao mandamento de Deus, no sentido de se manter santo e separado delas.
2) – Os deuses pagãos das nações vizinhas de Israel não requeriam o tipo de obediência que o Deus de Israel requeria. Por exemplo, muitas das religiões pagãs incluíam imoralidade sexual religiosa no seu culto, tendo para isso prostitutas cultuais. Essa prática, sem dúvida, atraía muitos em Israel. Deus, por sua vez, requeria que o seu povo obedecesse aos altos padrões morais da sua lei, sem o que, não haveria comunhão com Ele.
3) Por causa do elemnto demoníaco da idolatria, ela, às vezes oferecia, em bases limitadas, benefícios materiais e físicos temporários. Os deuses da fertilidade prometiam o nascimento de filhos; os deuses do tempo (sol, lua, chuva, etc.) prometiam as condições apropriadas para colheitas abundantes e os deuses da guerra prometiam proteção dos inimigos e vitória nas batalhas. A promessa de tais benefícios fascinava os israelitas – daí muitos de dispunham a servir aos ídolos.
Por trás de toda idolatria, há demônios, que são seres sobrenaturais controlados pelo diabo.
Tanto Moisés Dt. 32.17, quanto o slamista Sl. 106.36-37, associam os falsos deuses com demônios. Noutras palavras, o poder que age por detrás da idolatria é o dos demônios, os quais t~em muito poder sobre o mundo e os que são deles.
· MALDIZENTE – Aquele que diz mal, que fala mal dos outros; difamador - Pv. 26.20/Cl. 3:8/I Tm. 3:11/

Uma Questão de Caráter
Privados da presença divina
Quando tratava comigo nesta área, o Senhor falou ao meu coração que a maledicência, além de fazer de nós um canal de Satanás, ainda nos rouba a presença de Deus.
“Quem, SENHOR, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu santo monte?
O que vive com integridade, e pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade; o que não difama com sua língua, não faz mal ao próximo, nem lança injúria contra o seu vizinho”. Salmo 15:1-3
Este texto não só nos revela que para estar na presença do Senhor precisamos vencer este pecado, como também traz um pouco mais de luz sobre este tipo de erro. O texto fala de dois tipos de pecado da maledicência: ativo e passivo. O que difama com a língua é o ativo, e o passivo é o que ouve. Porque quando você ouve o maldizente (mesmo se você não fala nada) também está pecando por cumplicidade (Lv.19:16,17). Logo, quando emprestamos o ouvido a um maldizente estamos participando do mesmo pecado. E isto nos priva da presença de Deus.
Se você observar Efésios 4:29 que fala sobre não entristecer o Espírito Santo, vai perceber que o versículo anterior e o posterior retratam pecados cometidos com a língua. Logo, se queremos uma vida cheia do Espírito, é preciso corrigir isto. Portanto, evite a maledicência. Você faz isso de duas formas: evitando a maledicência e também evitando o maldizente Evitando falatórios e faladores “E tu, ó Timóteo, guarda o que te foi confiado, evitando os falatórios inúteis e profanos e as contradições do saber, como falsamente lhe chamam, pois alguns, professando-o, se desviaram da fé”. I Timóteo 6:20
Assim como o justo não se assenta na roda dos escarnecedores, precisamos também cuidar para que não nos enredemos por este pecado. Mas eu não só evito pecar com minha boca, como também evito pecar cedendo meus ouvidos à maledicência. As Sagradas Escrituras nos ensinam a evitar os maldizentes:
“Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais”. I Coríntios 5:11
Desta forma, venceremos e continuaremos a crescer no Senhor.
· BEBERRÃO – isto é, pessoa que tem descontrole das faculdades físicas e mentais por meio de bebida embriagante.
· ROUBADOR – palavra também usada para aludir aos lobos ávidos e ao ato de enganar as pessoas visando a propriedade delas
· FORNICAR – ato sexual ilícito (fora dos laços matrimoniais) At 15.29/ Ef. 5.5
· INÍQUO – Contrário à equidade - justiça natural, que faz reconhecer o direito de todos, injusto, perverso
Pr. Rogério de Oliveira